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Conhecer melhor o nosso País... Porto
PORTO
Património Mundial e Capital Europeia da Cultura
Em 1996, perante a riqueza histórica da cidade, sobretudo na sua parte antiga, a Unesco conferiu à cidade o estatuto de «Cidade Património Mundial».
Em 2001, o Porto, juntamente com Roterdão, é Capital Europeia da Cultura.
À cidade acorrem milhares de turistas.
História da Cidade
Origens
A existência de vestígios pré-históricos há muito estão assinalados na área demarcada da cidade e da região do Porto (antas, castros, citânias) Recentes escavações na Casa do Infante permitiram perceber alguma da evolução da ocupação da cidade.
O lugar ocupado pela Sé foi, seguramente, um castro. O mesmo se poderá dizer do morro fronteiro de Gaia. Há mesmo referências a um «castrum novum de Portucale», identificável com o Porto.
Com a conquista peninsular pelos romanos, a região assiste a profundas mudanças, quer a nível da organização espacial, quer a nível económico, religioso e político. A Sé era o centro da actividade romana e o seu ponto estratégico mais importante.
A expansão da cidade foi até à zona da Ribeira. Na actual Casa do Infante foi encontrado um mosaico romano do século IV a.C. que atesta da expansão da cidade.
Os núcleos de povoamento multiplicam-se. Encontram-se vestígios importantes, por exemplo da indústria da salga de peixe em Campanhã e Angeiras.
Existia mesmo uma villa romana em Campanhã (campaniana) e uma aglomeração romana na Foz do Douro.
Durante três séculos a romanização de todo o território é completa.
No início do século V, surgem modificações que marcarão indelevelmente o curso dos acontecimentos.
Os povos além Reno, Suevos e Vândalos, instalam-se na Península. Os Suevos estabelecem mesmo um curto reinado (com capital em Braga).
Deve-se a este povo o facto de Portucale ascender a sede episcopal. Os Suevos depressa são absorvidos por outro povo bárbaro, os Visigodos.
Assiste-se à deterioração do sistema administrativo romano e à apropriação dos poderes por parte da classe dos guerreiros.
Com a monarquia visigótica de Toledo a importância de Portucale não cessa de aumentar.
Mas pouco mais de um século após a conquista dos suevos, a monarquia visigótica atingia o seu fim.
Um exército muçulmano, desembarca, em 711, no sul da Península Ibérica, e em rápida avançada chega à região do Douro. Mas a ocupação do norte seria efémera, e as regiões de Bracara (Braga) e Portucale renascem.
Uma personalidade marca este período da história do Porto, Vímara Peres, peça fulcral no reordenamento e povoamento do Porto.
O Condado Portucalense e a Época Medieval
O condado, cujo nome deriva do topónimo Portucale, nasceu de uma dádiva do rei Afonso VI à sua filha D. Teresa e a D. Henrique de Borgonha.
A cidade do Porto era o morro da Sé. A Rua das Aldas ou a Rua da Penaventosa datam desta altura.
O morro era rodeado por muralhas.
Por iniciativa de D. Teresa, em 1120, é concedido ao bispo D. Hugo um vasto território.
As muralhas foram rapidamente extravazadas em todas as direcções.
Época Medieval
Em 1330, o Porto era uma cidade importante e grande, era ponto obrigatório da actividade mercantil.
Em meados do século XIV, torna-se premente construir uma nova muralha no Porto, de modo a proteger a cidade em pleno crescimento de todas as arremetidas inimigas.
Até ao final da Idade Média o Porto foi local de disputas entre bispos e cónegos, clero contra frades fransciscanos, bispos contra reis, burgueses contra bispos, burgueses contra fidalgos.
Em 1355, o infante D. Pedro e o rei D.Afonso IV, devido aos acontecimentos que envolveram Inês de Castro, iniciam uma guerra que vai ser travada no Porto.
Tornava-se imperioso muralhar a cidade.
Esta decisão foi tomada pelo rei pois a obra era tão exigente e cara que só ele a poderia patrociná-la.
D. Afonso IV foi o verdadeiro autor do amuralhar da cidade. No entanto, o rei não viu acabar a sua obra.
Esta terminou em 1370, volvidos cerca de quarenta anos de trabalho anónimo, já no reinado de D. Fernando.
No total a muralha preenchia 44,5 hectares, cinco portas defendidas por torres, inúmeros postigos e cubelos, conciliando na perfeição interesses civis e militares.
O Porto medieval é labiríntico, de ruas estreitas e tortuosas.
Prosperava, graças ao comércio com os países do Norte, e à vontade e firmeza da sua população. Aquando a crise de 1383-1385, o Porto esteve incondicionalmente ao lado do Mestre de Avis.
São muitas as ligações do fundador da dinastia de Avis ao Porto, aqui se casou em 1387 com D. Filipa de Lencastre, aqui nasceu sete anos mais tarde o Infante D. Henrique.
O Infante D. Henrique
Em 1414, D. João I resolve preparar a expedição a Ceuta.
Incumbe para esse efeito, o infante D. Henrique, de apenas 20 anos. Este dirige-se ao Porto, sua cidade natal, para organizar a frota.
A população do Porto voltou a mobilizar-se, a cidade era um autêntico bulício. Daqui advirá a alcunha de tripeiros dos habitantes do Porto, uma vez que estes teriam oferecido toda a carne que tinham para a armada, e reservado para si as tripas.
Em Junho de 1415, o Infante mandou terminar os trabalhos. A expedição estava preparada e o Infante pronto para partir.
O Porto do século XV dividia-se em três áreas: Alta, Baixa e Monte do Olival.
A zona Alta era constituída pelo morro da Sé. Era conotada com o poder eclesiástico.
A Baixa começou a afirmar-se na segunda metade do século XIV, obra de pescadores, mercadores e gente da Finança.
A Praça da Ribeira representava o fervilhar desta nova vida.
O Monte do Olival era uma zona de lavradio e pouco populosa. Aqui residia a comunidade judaica do Porto.
A Judiaria do Olival foi instituída em 1386. Parece haver a pretensão de colocar os judeus num bairro único, segregado.
Esta zona do Olival ficará sempre associada aos judeus.
A Cidade Cresce
Os séculos XIV e XV, assistem a um crescimento enorme da cidade. As feiras são como cogumelos, o Porto era o monopolizador da economia regional.
Nos finais do século XVIII, o crescimento da cidade dirige-se para fora das muralhas.
Em 1580, o rei Filipe II de Espanha, torna-se também Filipe I de Portugal.
A população do Porto sofreu com estes 60 anos de ocupação, nomeadamente a nível de impostos.
Com a Restauração, em 1640, é restabelecida no Porto a Casa da Moeda.
Queda da Monarquia
Nas eleições de 1899, a cidade elege 3 deputados republicanos.
A onda republicana conduz ao regicídio em Lisboa, em 1908.
Dois anos mais tarde, a revolução republicana triunfará na capital, com escassa resistência das forças monárquicas, fugindo a família real para Inglaterra.
Após várias tentativas de golpe, há um que resulta: o de 28 de Maio de 1926.
Na sequência do 26 de Maio de 1928, surgiu uma nova constituição em 1933, que dava origem ao Estado Novo, cuja figura principal era Oliveira Salazar.
Em 1961, eclode a guerra colonial. Organizam-se diversas manifestações no Porto para exigir o fim do conflito.
A restauração da democracia teve lugar a 25 de Abril de 1974, promovendo o Porto também um movimento revolucionário.
Património Natural
A cidade do Porto possui o privilégio de ter no seu perímetro urbano um conjunto de rochas de grande valor científico e pedagógico.
Para além de um laboratório das Ciências da Terra facilmente acessível, é um local onde se pode observar a interacção entre a base de toda a vida e a fauna e flora que por ali encontramos.
Património da Humanidade
O Centro Histórico do Porto constitui uma paisagem urbana de grande valor estético que testemunha um desenvolvimento urbano que remonta às épocas Romana, Medieval e dos Almadas (século XVIII).
A sua ocupação humana, de acordo com o iniciado pelos vestígios arqueológicos existentes, remonta ao século VIII a.C.
A riqueza e a diversidade da arquitectura civil do Centro Histórico traduzem não só os valores culturais de épocas sucessivas: Romana, Gótica, Renascentista, Barroca, Neoclássica e Moderna.
O Centro Histórico do Porto constitui uma obra prima do génio criativo da humanidade. Interesses militares, comerciais, agrícolas e demográficos, convergiram aqui para abrigar uma população capaz de construir a cidade.
O resultado é uma obra de arte única, de elevado valor estético.
A cidade traduz, com êxito, uma interacção entre os ambientes social e geográfico.
O Porto oferece-nos uma valiosa lição de urbanismo.
As intervenções planificadas e não planificadas dos diferentes períodos concentram-se nesta zona permitindo o estudo da concepção urbana das cidades da Europa ocidental e atlântico - mediterrâneas.
As ruelas tortuosas adaptadas à topografia medieval, as ruas rectilíneas e as pequenas praças da Renascença, as ruas que desembocam nos monumentos barrocos, a profusão de edifícios, aos quais foram sendo sucessivamente adicionados novos andares, e as novas construções fazem deste sítio um tecido urbano complexo.